Brasília – Um novo tipo de radiofármaco (medicamento marcado com material
radioativo), capaz de detectar com mais precisão, tumores neuroendócrinos já
está disponível no Brasil. O anúncio foi feito hoje (18) durante o Simpósio
Villas Boas sobre Tumores Neuroendócrinos, em Brasília.
Em entrevista à Agência Brasil, o médico nuclear indiano
Vikas Prasad, uma das maiores autoridades do mundo em câncer neuroendócrino,
explicou que esse tipo de tumor é derivado de células do sistema endócrino e
pode estar localizado em qualquer parte do corpo, sobretudo no pâncreas, nos
pulmões e no intestino.
A doença tem diagnóstico difícil e é considerada rara, já que acomete cinco
pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes. Mas os casos, segundo Prasad, vêm
aumentando de forma significativa nas últimas duas décadas. O médico avaliou que
a chegada do novo tipo de radiofármaco ao Brasil é importante em razão da
numerosa população e da disponibilidade de profissionais capacitados para o
diagnóstico e o tratamento.
“É uma terapia cara, mas de custo aceitável. Por que sair do país quando se
pode oferecer esse tipo de tecnologia aqui? O diagnóstico precoce do câncer
neuroendócrino é importante para evitar a metástase [estágio mais avançado do
câncer], e o Brasil tem profissionais capacitados para isso”, destacou.
Até então, o diagnóstico desse tipo de câncer no país era feito por meio de
tomografias e ressonâncias magnéticas, que permitem uma visualização limitada do
tumor. Já o novo radiofármaco permite uma resolução até três vezes melhor, além
de identificar lesões menores.
O cirurgião oncológico do Instituto Nacional de Câncer (Inca) Rinaldo
Gonçalves ressaltou que o novo tipo de radiofármaco permite um exame mais
rápido, sem necessidade de o paciente voltar no dia seguinte para repetir o
procedimento médico. “O médico vai saber o quão extensa é a doença e tratá-la
melhor”, disse Gonçalves.
Não há um levantamento oficial de quantos brasileiros são acometidos pelo
câncer neuroendócrino, mas um comparativo indica que o Inca acompanha, todos os
anos, cerca de 500 casos de carcinoma (tumor maligno desenvolvido a partir de
células epiteliais), enquanto os casos de tumor neuroendócrino somam apenas 30
ou 40 no mesmo período.
Fonte: Agência Brasil
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