ESTOCOLMO - Os jogadores não queriam, muito menos Mano Menezes,
mas nesta quarta-feira eles vão ter de fazer o sacrifício de defender a seleção
brasileira no amistoso contra a Suécia, às 15h (horário de Brasília), em
Estocolmo, apenas quatro dias depois da gigantesca decepção vivida na decisão da
medalha de ouro na Olimpíada de Londres. E o treinador tem um motivo a mais para
considerar essa partida inconveniente, além do previsível clima de abatimento
que tomou conta de sua equipe: uma derrota, ainda que a partida nada valha,
aumentará a pressão sobre ele, que já é grande.
Mano voltou à situação em que estava antes dos amistosos contra
Dinamarca, Estados Unidos, México e Argentina, entre o fim de maio e o começo de
junho. O que significa dizer que seu trabalho é muito questionado pela torcida e
pela imprensa do Brasil e que não param de surgir rumores de que a CBF está à
procura de um outro treinador, por mais que o presidente da entidade, José Maria
Marin, e outros dirigentes se esforcem para dar demonstrações de apoio ao
técnico gaúcho.
Falar sobre a pressão que pesa sobre seus ombros não é algo que
agrade a Mano, especialmente porque ele diz ter ouvido "muitas besteiras" sobre
a derrota do Brasil para o México e sobre seu trabalho. Sua prioridade agora,
segundo ele mesmo, é levantar o moral de seus jogadores e conseguir uma vitória
que diminua pelo menos um pouco o sofrimento causado pela perda da medalha de
ouro olímpica.
"Conversei com os jogadores antes do nosso primeiro treino (na
segunda-feira) e disse a eles que é preciso ter a capacidade de reagir
rapidamente, ainda mais na seleção", falou o treinador. "Nós só temos de jogar
bem, como fizemos nos amistosos antes da Olimpíada, e não nos preocuparmos com
nada mais do que isso."
Quanto ao time, Daniel Alves reassumirá sua condição de titular
absoluto da lateral direita. No meio da zaga, David Luiz vai jogar ao lado de
Thiago Silva, o jogador do Chelsea ganhou a disputa com Dedé, do Vasco.
E o meio de campo terá a entrada de Paulinho e Ramires, com a
saída de Sandro e o deslocamento de Alex Sandro para a lateral esquerda, já que
Marcelo não vai jogar por estar suspenso (foi expulso no amistoso contra a
Argentina, em junho). Ramires jogará aberto pelo lado direito, como vem fazendo
com sucesso no Chelsea, e Paulinho terá preocupações defensivas maiores do que
no Corinthians, pois a seleção não terá um volante tão forte na marcação quanto
Ralf.
Mano acredita que a entrada desses jogadores tornará a Seleção
mais forte. "Eles acrescentam qualidade e anos de futebol à equipe. É claro que
isso nos fará crescer."
Sabendo que uma vitória dará tranquilidade à seleção (e uma
derrota aumentará a tormenta), os jogadores encaram o amistoso como se fosse um
jogo de campeonato, conforme deixou bem claro o capitão Thiago Silva.
"Para nós não tem nada de clima de festa. A gente que joga sabe
que de amistoso esse jogo não tem nada, ainda mais depois do que aconteceu na
Olimpíada."
ÚLTIMO ATO
A festa a que ele se referiu é a despedida do Rasunda, palco
da final da Copa do Mundo de 1958, que será demolido. Por esse motivo, a seleção
vai usar uma camisa azul muito semelhante à usada pelo time na decisão do
Mundial sueco.
"É legal usar essa camisa para mostrar a caminhada dos que
fizeram a história da seleção. Vou guardar a camisa e colocá-la em um quadro",
revelou Thiago.
Agora que a Olimpíada acabou, o jogo será a primeira da
seleção pensando apenas na Copa de 2014. O foco mudou. O tempo está mais curto
para os jogadores e o Mano.
SUÉCIA X BRASIL
SUÉCIA - Isaksson; Larsson, Granqvist, Olsson e Safári;
Wernbloom, Holmen, Elm e Wilhelmsson; Ibrahimovic e Toivonen. Técnico: Erik
Hamren
BRASIL - Gabriel, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e
Alex Sandro; Rômulo, Paulinho, Ramires e Oscar; Neymar e Leandro Damião.
Técnico: Mano Menezes
Árbitro: Viktor Kasai (Hungria)
Local: Estádio Rasunda, em Estocolmo
Horário: 15h (horário de Brasília)
Fonte: MSN esportes
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