Má conservação de passarelas oferece risco

Após a colisão que derrubou uma passarela localizada em Parnamirim na quarta-feira passada, houve o surgimento de uma preocupação quanto a integridade de outras estruturas similares espalhadas pela Região Metropolitana. Ontem, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE percorreu e registrou as estruturas de passarelas, túneis e pontes da Grande Natal. Foram constatados descasos com a manutenção desses equipamentos, úteis para facilitação do tráfego de  veículos e para a segurança dos pedestres. Ferrugem é um problema recorrente em quase todas as estruturas visitadas. Além disso, foram notadas infiltrações, sujeira, insegurança e problemas com acessibilidade. 

O caso mais grave foi constatado na passarela sobre a avenida Senador Salgado Filho, no bairro de Lagoa Nova. Lá, a obra parece estar inacabada e a manutenção certamente não passa por ali há algum tempo. Alguns problemas se repetem em outras estruturas, como a passarela próximo ao bairro de Potilândia. "A estrutura é uma negação. E não é só aqui. Isso se repete em várias outras passarelas", disse Helen de Souza, 32 anos, que passava pelo local.

Está marcada para ocorrer no início do mês de abril, uma inspeção do Conselho Regional de Engenharia (CREA-RN), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O bjetivo é vistoriar pontes, túneis e passarelas do Estado. "Em algumas estruturas, a manutenção fica a desejar. Em abril, daremos início a essa análise com objetivo de identificar os possíveis problemas", informou o engenheiro do CREA, Eunélio Silva.

Passarela da Salgado Filho

A passarela localizada sobre a avenida Salgado Filho, no bairro de Lagoa Nova, apresenta avarias na sua estrutura. Aparentemente, a obra está incompleta, já que a rampa que dá acesso à passarela não conta com blocos de concreto para a passagem da população. Ao subir as escadas, percebe-se a degradação do ambiente, com pixações e ferrugem das grades de proteção - algumas completamente quebradas. O espaço destinado a um elevador já está lacrado com tijolos e cimento. Na estrutura superior, um morador de rua dormia, enquanto uma pessoa que preferiu não se identificar passou reclamando do perigo que era atravessar utilizando aquela passarela.

Passarela de Mirassol 

A passarela que liga dois grandes centros comerciais de Natal está com a estrutura comprometida. A constatação é fruto da observação da equipe de reportagem. Por dia, centenas de pessoas utilizam a estrutura para ir de Mirassol a Candelária, e o caminho inverso. Pela manhã e no início da noite são registrados os horários de pico, em que o tráfego no local estreito fica comprometido. Foi notado ferrugem nas grades de proteção, assim como nas estruturas aparentes em colunas e ao longo da passarela. Foi percebido que por vezes, a estrutura balança apenas com a intensificação do vento.

Passarela em Potilândia

A passarela localizada no bairro de Potilândia apresenta ferrugens ao longo de toda a sua grade de proteção ao pedestre. A estrutura antiga não apresenta proteção contra chuvas para quem a utiliza com intuito de cruzar a rodovia BR-101. Em alguns pontos, galhos de uma árvore próxima invadem a passagem e prejudicam o tráfego normal das pessoas. A população reclama da estrutura aparentemente deficiente. "A estrutura é uma negação. E não é só aqui. Isso se repete em várias outras passarelas", disse Helen de Souza, 32 anos, que passava pelo local. Diferente da passarela localizada na Salgado Filho, lá existe indicação para altura máxima de veículos: 5,50 metros. 

Ponte de Igapó

Mais de 20 anos passados após a sua duplicação, a chamada ponte de Igapó, localizada sobre o Rio Potengi, apresenta deficiências de estrutura. Os pilares responsáveis pela sua sustentação têm a estrutura de ferro aparente e enferrujada, devido à ação do tempo no concreto. A situação se repete quase na totalidade dos pilares e parece oferecer risco para quem trafega pelo local. O fluxo de veículos é intenso pelo local, onde diariamente passam milhares de carros, caminhões e ônibus. Por vezes, o trânsito fica engarrafado em virtude do excesso de pessoas se dirigindo para a mesma direção, nos horários de pico da manhã e no coemço da noite. 

Túnel de Pirangi

O túnel sob a rodovia BR-101, nas proximidades de Neópolis - região conhecida como Pirangi - tem uma estrutura preocupante aparentemente. Logo na sua entrada, percebe-se que vários pedaços de concreto se soltaram e que o local não passou por restauração. As estruturas enferrujadas estão localizadas na parte superior, próximo a pista. Além da avaria, há outros problemas. Areia se acumula na pista e, quando há o registro de chuvas, o local se alaga. A limpeza e a iluminação também estão deficientes. Uma placa na entrada do túnel indica que a altura máxima é de quatro metros.

Passarela em Parnamirim

A passarela localizada na BR 101, no município de Parnamirim, tombou na tarde da quarta-feira passada. Uma carreta que trafegava no sentido Natal-São José de Mipibu atingiu a estrutura metálica, que já apresentava avarias desde o fim de janeiro quando um caminhão a atingiu e comprometeu sua estrutura. A passarela foi derrubada esta semana e deixou um ferido leve, que passava pelo local no momento do acidente. O Corpo de Bombeiros Militar, o Exército brasileiro e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) trabalham na remoção da estrutura para a desobstrução da pista, o que ocorreu às 15h de onte. 


Fonte: Tribuna do Norte