segunda-feira, 12 de março de 2012

Brasil Sem Miséria oferecerá 100 bolsas de doutorado para estudos sobre doenças da pobreza


Acordo de cooperação assinado pela ministra Tereza Campello e a Fiocruz prevê o desenvolvimento de pesquisa e conhecimento para enfrentar males como a tuberculose e a hanseníase, além de visitas às áreas de grande incidência desses casos

Rio de Janeiro, 7 – O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estabeleceram nesta quarta-feira (7) parceria para produzir pesquisa e conhecimento voltados à superação das doenças negligenciadas da pobreza. Para tanto, vão oferecer, por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), 100 bolsas de doutorado para que sejam feitos estudos sobre doenças como tuberculose, hanseníase, malária, tétano neonatal, peste e tracoma. O acordo faz parte do Plano Brasil Sem Miséria e prevê visitas da Fiocruz a áreas de grande incidência dessas doenças, a exemplo das expedições feitas há 100 anos pelo médico sanitarista Carlos Chagas.

“É impossível enfrentar a miséria sem superar o problema das doenças negligenciadas da pobreza”, disse a ministra Tereza Campello, do MDS, na solenidade de assinatura do acordo de cooperação. Os presidentes da Fiocruz, Paulo Gadelha, e da Capes, Jorge Guimarães, o secretário extraordinário para Superação da Extrema Pobreza do MDS, Tiago Falcão, e a ex-secretária Ana Fonseca também participaram da cerimônia. Ao saudá-la, a ministra destacou que Ana Fonseca foi uma das principais articuladoras da parceria entre o MDS e a Fiocruz.

Dívida secular – De acordo com Tereza Campello, a superação das doenças da pobreza não é só questão de saúde pública, é uma dívida secular do Estado brasileiro. “A pobreza não é uma fatalidade. Ela se dá por diferentes causas, como a falta de saúde. Enfrentar as doenças da pobreza é também uma agenda estratégica ao crescimento e ao desenvolvimento do país. Sem saúde nenhuma pessoa poderá desenvolver todo o seu potencial e ter acesso às oportunidades de trabalho e renda”. Segundo a ministra, o acesso a serviços públicos de qualidade e o oferecimento de oportunidades de inclusão produtiva fazem parte da estratégia do Plano Brasil Sem Miséria.

Ao destacar a importância do acordo de cooperação com o MDS para reforçar os objetivos do Brasil Sem Miséria, o presidente da Fiocruz disse que o desenvolvimento de um país não se mede apenas por indicadores econômicos. A saúde, assinalou, também é fundamental para o desenvolvimento social com qualidade. “A superação das doenças da pobreza tem que ser compreendida como fator determinante para superação da miséria”, disse Gadelha, lembrando que a Fiocruz tem experiência secular na área de saúde pública.

UPP  Durante sua ida ao Rio de Janeiro, Tereza Campello também esteve na comunidade do Pavão-Pavãozinho, onde conheceu projetos desenvolvidos na área de assistência social e uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A ministra visitou o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Sebastião Teodoro Filho. No local, funciona a Clínica da Família Pavão-Pavãozinho.

“Queremos conhecer de perto esta experiência e ver como se dá a integração das políticas públicas como saúde, educação e assistência social”, assinalou a ministra. “Meu interesse é saber quem chama quem para conversar e para resolver os problemas da comunidade, porque só assim conseguimos sair do teórico e avaliar como o governo federal pode ajudar e estimular iniciativas como essas. Atender aos mais pobres é um dever do Estado, essencial para superarmos a miséria.”

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