sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Funcionários da UPA de Pajuçara fazem paralisação


Os técnicos de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pajuçara, zona Norte de Natal, realizam a partir das 9h de hoje uma paralisação em protesto aos salários atrasados e a falta de segurança na unidade de saúde. Inaugurada em julho de 2010 (o então presidente Lula esteve presente na festa) a unidade agora passa por apertos. O protesto deve durar uma hora.
Frankie MarconeNos últimos dois meses, a UPA de Pajuçara foi assaltada duas vezes. Bandidos levaram armas de vigilantes
Nos últimos dois meses, a UPA de Pajuçara foi assaltada duas vezes. Bandidos levaram armas de vigilantes

No plantão noturno da última quarta-feira, 22, nenhum dos técnicos compareceu ao trabalho. De acordo com o presidente do Sindicato de Profissionais de Enfermagem do Rio Grande do Norte (Sipern), Domingos Ferreira, a paralisação pode se transformar em greve caso as autoridades não regularizem as situações dos salários e não melhorem as condições de segurança no local. 

Nos últimos dois meses, os funcionários e pacientes da unidade estiveram na mira de armas por duas vezes. Na primeira, um segurança despreparado apontou a arma para um paciente que insistia em acompanhar a esposa na consulta. No dia 16 de fevereiro último, bandidos invadiram o local e trocaram tiros com os seguranças. Por sorte, ninguém se feriu. 

Depois desses acontecimentos, a Secretaria de Segurança Pública de Natal proibiu os vigilantes de usarem armas no local de trabalho, o que tem deixado os funcionários apreensivos. "Desde desse dia, muitos profissionais têm faltado o serviço. Nós tememos por nossa vida", conta uma técnica-de enfermagem que preferiu não se identificar. 

A UPA de Pajuçara conta com quatro consultórios médicos, 12 leitos, salas de atendimento, observação, setor de pronto atendimento e de diagnóstico. São quase 40 técnicos de enfermagem se revesando em três turnos. Se esse contingente  deixar de trabalhar, mais de  300 atendimentos diários serão prejudicados. "Além do problema da insegurança, enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais que cuidam da limpeza ainda não receberam a remuneração de janeiro", conta o presidente do Sipern, Domingos Ferreira. Segundo o secretário de Finanças do município, Francisco de Assis da Rocha, os vencimentos já foram repassados para  a empresa de terceirização "Marca", que efetua os pagamentos. Contudo, a assessoria de comunicação da terceirizada, afirmou que, na verdade, é ela quem aguarda os repasses da Prefeitura, informação confirmada pelo diretor da UPA, Doutor Danton Novaes. "Você acha que estaríamos enfrentando esse problema se a "Marca" tivesse falhado ao repassar os salários?", questionou. Para algumas funções, o salário de dezembro não foi liberado.   

Obra da Cidade da Esperança ainda sem data para conclusão

 Prometida para ser entregue no final de 2010, as obras da UPA na Cidade da Esperança ainda não foram concluídas. Procurada por nossa reportagem, a secretária municipal de Saúde, Maria do Perpétuo Socorro Nogueira de Lima, manteve sua posição a respeito do assunto, comentado anteriormente em entrevista a TRIBUNA DO NORTE no dia 24 de janeiro. Segundo ela, a construção e manutenção das UPAs são feitas em parceria com as esferas federal, estadual e municipal, e o Governo do Rio Grande do Norte não tem cumprido sua parte. "Se não há um incremento do valor que o Estado deveria repassar ao Município, a Prefeitura tem que arcar sozinha com o custo. Com isso, arcando com este custo e mais outros, estamos sem condições de concluir esta obra", reafirmou por meio da assessoria. 

RECURSOS

O secretário de saúde do Estado, Domício Arruda, rebateu as informações, afirmando que houve um mal entendido entre as secretarias. A UPA de Cidade da Esperança, segundo ele, não receberá contrapartida por parte do Governo Estadual. "Atualmente estamos auxiliando a construção da UPA de Parnamirim, mas a da Cidade da Esperança nunca esteve na nossa responsabilidade", disse.

Domício falou ainda da sua intenção de fazer um convênio com o município para que a obra  na UPA seja finalizada, mas não soube afirmar quando o acordo será firmado. Se finalizada, a Unidade de Pronto Atendimento de Cidade da Esperança terá capacidade de atendimento para mais de 700 pessoas por dia. A obra custará cerca de 4 milhões aos cofres públicos.  


Fonte: Tribuna do Norte

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