sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Com a prisão dos líderes do motim, greve dos PMs enfraquece em Salvador-BA

Ernesto Rodrigues/AEOs cerca de 300 policiais que estavam amotinados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia deixaram o local ontem, mas sem conseguirem chegar a um acordoOs cerca de 300 policiais que estavam amotinados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia deixaram o local ontem, mas sem conseguirem chegar a um acordo


Salvador (AE) - A saída dos cerca de 300 policiais militares que estavam amotinados na Assembleia Legislativa da Bahia desde o dia 31 e a prisão do principal articulador do movimento, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, enfraqueceu o movimento grevista que parte da PM promove no Estado.

Após duas reuniões, uma realizada pela manhã e outra no fim da tarde, cerca de 500 policiais - a maioria vinda da Assembleia - decidiu manter a paralisação, mas diminuiu as reivindicações. Em sete cidades do interior, Brumado, Campo Formoso, Guanambi, Ibotirama, Livramento de Nossa Senhora, Macaúbas e Poções, os PMs anunciaram o retorno aos trabalhos.

Parte dos grevistas insiste em cobrar do governo a revogação dos mandados de prisão contra 13 líderes do movimento (cinco deles já cumpridos). Na prática, porém, as entidades admitem que encerram a paralisação se houver pagamento de alguma parte da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (GAP 4) em março e antecipação do pagamento da GAP 5 (previsto para ter início em 2014).

"Aceitamos um porcentual em março e o resto em novembro e o governo decide como será a divisão", afirma o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar da Bahia, Jackson Carvalho. "Já encaminhamos o documento ao governador Jaques Wagner."

O governo, porém, diz não ter espaço no orçamento para realizar o pagamento no mês que vem e mantém a proposta de depositar a GAP 4 a partir de novembro. "Nossa proposta leva o governo ao limite da lei de responsabilidade fiscal", diz o governador. "Minha palavra agora é de serenidade e de paz e convocar todos os policiais a voltarem ao trabalho."

A liderança dos policiais amotinados na Assembleia Legislativa havia decidido deixar o local ainda na noite de quarta-feira, depois da divulgação de conversas telefônicas entre lideranças regionais e nacionais do movimento grevista. No início da madrugada, uma comissão dos amotinados saiu do prédio para negociar a desocupação do prédio com o Exército. Por volta das 5 horas, ficou definida a estratégia para a saída dos PMs, que começou a ser realizada às 6h20.

Após a saída de Prisco e de outro líder da manifestação que foi preso, Antônio Paulo Angeline, às 7h20, o Exército declarou concluída a retirada dos manifestantes da Casa. Os trabalhos de vistoria do prédio, realizados em conjunto com a Polícia Federal, foram concluídos uma hora e meia depois. Todos os acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) foram liberados e as últimas tropas do Exército deixaram o local.

A notícia da desocupação da Assembleia teve reflexos rápidos na cidade. O trânsito nas principais vias, que estava tranquilo nas últimas semanas, voltou a ficar carregado. A maioria das escolas das redes estadual e particular funcionou normalmente. Os 1.550 homens que isolavam das forças nacionais que isolavam a área da Assembleia voltaram ao policiamento das ruas.

Dentro da assembleia, o cenário causou desolamento entre funcionários, que foram liberados para entrar às 11 horas. Houve pouco prejuízo, porém, às instalações. Foram identificados apenas alguns vidros quebrados e algumas fechaduras danificadas. A abertura dos trabalhos na Casa este ano está mantida para o dia 15, às 10 horas.  


Fonte: Tribuna do Norte

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